24 dezembro 2006

Apresentação de 1970 na Imprensa (3)

JP Simões apresentou «1970» no Teatro Passos Manuel
Samba à portuguesa

JP Simões apresentou anteontem, no Teatro Passos Manuel, o seu primeiro álbum a solo, «1970», um disco de sabor brasileiro que chega aos escaparates em meados de Janeiro.
Oriundo de Coimbra, JP Simões dá em «1970» início a uma nova etapa no seu percurso musical, enveredando por uma carreira a solo, depois de ter passado, como guitarrista, pelos Pop Dell’Arte e ter sido mentor dos projectos Belle Chase Hotel e Quinteto Tati.
Anteontem à noite, no Teatro Passos Manuel, o músico não se limitou a apresentar o seu novo trabalho, tocando ainda temas de uma outra criação sua, «Ópera do Falhado». O espectáculo começou precisamente com dois “luso-sambas”, como o próprio os apelidou, extraídos da «Ópera…»: «Lenda do homem pássaro» e «Só mais um samba», seguindo-se um tema sobre… futebol, «Canção do jovem cão».
E ao quarto tema JP Simões, que em palco foi acompanhado por quatro músicos – Sérgio Costa (teclados e flauta), Rui Alves (bateria e coros), João Batista (baixo) e Tomás Pimentel (fliscorne e teclados) –, ofereceu ao público portuense os primeiros temas de «1970»: «O vestido vermelho» e «Lili & o americano».
«Flores horizontais» fechou um conjunto de três canções no feminino, seguindo-se sete temas do novel álbum, apenas entremeadas pelo «Volto já».
JP Simões introduzia todos os temas com piadas a propósito, esgrimindo com o público o seu humor corrosivo e desconcertante. «Fábula bêbada», «1970», «Micamo», «Inquietação» (um original de José Mário Branco), «Capitão Simão» e «Trovador entrevado» fecharam a apresentação do registo com que JP Simões se estreia a solo. «Canção da carne crua» e «Gota d’água», de Chico Buarque, foram os temas com que os músicos se despediram do público, que ocupava meia sala do Passos Manuel.
De regresso ao palco, JP Simões interpretou mais duas canções – «Canção dos animais» e «Música popular» –, dando por terminado um concerto entre o intimista e o «stand up comedy». No ouvido fica a magnífica fusão da Língua Portuguesa, sem sabor brasileiro, com o samba e a bossa nova, marcada pela voz forte e muito peculiar de JP Simões, num registo pouco habitual e que soa diferente e… bem.

Pedro Vasco Oliveira, O Primeiro de Janeiro

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